A Cabeça do Brasileiro


Um livro cheio de fatos, dados, tabelas e gráficos, "A cabeça do brasileiro" é leitura essencial para quem procura um estudo sociológico sobre a opinião dos brasileiros sobre vários assuntos diversos como sexualidade, estrutura social, estado, religião e raça. O autor, Alberto Carlos Almeida, usou o teste antropológico quantitativo de Roberto da Matta para colher os dados de 2363 brasileiros espalhados pelo país.


Os dados apontam para um descobrimento interessante: não existe um brasileiro comum. Nós somos uma nação dividida. A introdução do livro resume a diferença como sendo uma entre o arcaico e o moderno. Esta divisão quase sempre também é geográfica. As pessoas no Sul e Sudeste tendem a escolher respostas mais modernas, liberais (também chamada Européia no livro) enquanto as pessoas que vivem no Norte e Nordeste tendem a optar por respostas que podem ser consideradas mais arcaicas, tradicionais (ou antiquarias). Por exemplo, as pessoas que moram no Nordeste dão mais importância a hierarquia do que as pessoas que moram no Sul. Algumas das tabelas também indicam que há uma diferença de opinião entre as gerações – os mais jovens acreditam que tem controle do seu destino enquanto os mais velhos atribuem a fatalidade a Deus.

Um dos pontos mais fortes no livro é o fato do autor usar situações reais do cotidiano brasileiro na sua pesquisa para extrair informações. Por exemplo, os ingleses (e outros estrangeiros) vão ficar felizes em saber que há um capitulo excelente sobre o jeitinho brasileiro. Almeida tenta esclarecer o que seria exatamente este jeitinho, e como cada pessoa o definiria diante de alguma experiência. Dar dinheiro a um guarda que lhe pegou passando um sinal vermelho seria 1) simplesmente um favor, 2) um jeitinho ou 3) corrupção? Aqui estão alguns resultados que pode lhe ajudar a entender como o brasileiro define o jeitinho:

- 65% da população brasileiro tem expriencia com o jeitinho, seja pedindo, oferecendo ou recebendo.

- As pessoas de 18-24 anos são as pessoas que mais usam o jeitinho no seu dia a dia.

- 70% das pessoas que tem curso superior usam o jeitinho.

- Pessoas que moram na capital, que são mais jovens e que são economicamente ativas tendem a considerar as situações apresentadas como corrupção e não jeitinho.

- 41% dos brasileiros acreditam que o jeitinho seja correto na maioria do tempo.

O livro é bem escrito e de fácil leitura. Cada capitulo lida com um assunto diferente e o titulo do capitulo já indica alguma coisa sobre o resultado. Mas, mesmo assim,você vai querer se aprofundar na leitura pois as respostas são divididas em categorias como idade, geografia, nível de escolaridade, e status econômico.

O autor também publicou o livro ´A cabeça do eleitor´ que fala como o brasileiro usa o seu poder do voto.

2 comentários:

  1. Oi Terezinha!Tudo bem, querida?Passei para visitar vc depois que vi o convite do blogblogs...Estou te seguindo e quero oferecer um selinho de amiga da pedagogia para vc pegar lá no meu cantinho.É de coração, viu...Abraço!

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  2. Olá, vi seu comentário lá no webmaster do google, e senti na pele XD, é que tb sou nova aqui, cheia de dúvidas, o seu blog tá 10, vou me inspirar, passa lá no meu pra conferir www.bioany.blogspot.com, []

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